Com corte de juros na Europa, dólar fecha em queda, a R$ 4,06
O dólar comercial encerrou os negócios em queda nesta quinta-feira. Após o Banco Central Europeu (BCE) ter cortado os juros da zona do euro, a moeda americana terminou o pregão com variação negativa de 0,09%, valendo R$ 4,061. O cenário externo também contribui para a alta do Ibovespa, principal índice da B3. Ele fechou com valorização de 0,89%, aos 104.370 pontos.
Além do corte nos juros, o BCE aprovou uma nova rodada de compras de títulos para estimular o crescimento da zona do euro e impedir uma queda preocupante nas expectativas de inflação. A autoridade monetária reduziu sua taxa de depósito para um recorde de 0,5% negativo.
— O cenário externo ficou mais favorável após essa decisão do BCE, por isso o dólar opera em queda frente ao real. O Brasil está dando sinais de que está caminhando para melhorar a situação fiscal, aprovar reformas estruturais e melhorar as perspectivas de crescimento. Nos momentos de alívio na agenda internacional, o mercado local é beneficiado — destaca Rafael Antunes, sócio da Inove Investimentos.
Álvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais, lembra que, além da decisão do BCE, o cenário externo segue menos negativo de forma geral:
— A decisão sobre a política monetária da zona do euro e a redução das tensões comerciais entre China e Estados Unidos contribuem para este recuo do dólar. A moeda americana estava muito pressionada, agora ela começa a ceder um pouco.
Nesta quinta, o governo americano concordou em adiar, de 1º para 15 de outubro, o aumento das tarifas sobre US$ 250 bilhões de importações chinesas, “como um gesto de boa vontade”. Na véspera, o gigante asiático divulgou uma lista com 16 categorias de produtos que ficarão isentos de tarifas extras sobre importações dos EUA.
A redução de juros na Europa levou o presidente americano Donald Trump a criticar o Banco Central americano (Federal Reserve - Fed). Por meio de suas redes sociais, ele criticou o que considera ser uma demora por parte do Fed para reduzir os juros da maior economia do planeta.
Neste pregão, os papéis da Oi fecharam com queda de 2,48%. A empresa registrou este recuo mesmo após a aprovação, no Senado, de um novo marco legal para o setor de telecomunicação. Por sua vez, a Tim registrou alta de 3,29%. A proposta muda o regime para a operação de telefonia fixa, permitindo que seja feita por autorização à iniciativa privada, e não mais por meio de concessão.
O texto ainda transfere a infraestrutura de telecomunicações da União para as concessionárias que exploram o serviço desde a privatização do setor, em 1998.
As ações ordinárias (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras, por sua vez, registraram alta de, respectivamente, 1,62% e 0,81%. Os pepéis da petroleira subiram porque a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou os Acordos de Individualização da Produção (AIP) das Jazidas Compartilhadas de Atapu e de Sépia, localizadas na Bacia de Santos.
Fonte: Época Negócios