Em agosto, IBGE prevê safra de grãos 30,4% maior que em 2016
A estimativa de agosto de 2017 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas foi de 240,9 milhões de toneladas, com alta de 30,4% (ou 56,2 milhões de toneladas) em relação a 2016 (184,7 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida (61,1 milhões de hectares) subiu 7,0% frente à área colhida em 2016 (57,1 milhões de hectares). Em relação às estimativas de julho, a produção caiu 1,2 milhão de toneladas (-0,5%) e a área reduziu-se em 29,6 mil hectares (-0,05%). São esperados recordes na produção da soja (115,0 milhões de toneladas) e do milho (98,4 milhões de toneladas).
O arroz, o milho e a soja, principais produtos deste grupo, representaram, juntos, 93,7% da estimativa da produção e 87,9% da área a ser colhida. Em relação a 2016, houve acréscimos de 2,3% na área a ser colhida da soja, de 18,1% na do milho e 4,0% na de arroz. Já a produção subiu 19,6% para a soja, 16,2% para o arroz e 54,7% para o milho.
Nesta avaliação para 2017, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 25,8%, seguido pelo Paraná (17,5%) e Rio Grande do Sul (15,2%), que, somados, representaram 58,5% do total nacional previsto. Outros estados importantes na produção de grãos foram Goiás (9,6%), Mato Grosso do Sul (7,9%), Minas Gerais (5,9%), São Paulo (3,8%), Bahia (3,3%), Santa Catarina (2,9%) e Maranhão (1,8%) que integram também o grupo dos dez maiores produtores do País.
Estimativa de agosto para a safra 2017 é 0,5% menor que a de julho
No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, em relação a julho: feijão 3ª safra (5,4%), café canephora (3,9%), cebola (1,1%), café arábica (0,4%), milho 1ª safra (-0,3%), feijão 2ª safra (-0,5%), milho 2ª safra (-1,2%), feijão 1ª safra (-1,6%), cevada (-3,8%), trigo (-4,1%) e cacau (-4,8%).
CACAU (em amêndoa) – A estimativa de produção de cacau em agosto foi de 224,2 mil toneladas, menor 4,8% frente ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida diminuíram em 6,5% e 7,4%, respectivamente, enquanto o rendimento médio, de 362 kg/ha, estimou-se 2,8% maior. O crescimento do rendimento médio não ocorreu em função de melhoria nas condições climáticas, e sim em função da menor área a ser colhida, já que algumas áreas, provavelmente, não serão colhidas devido ao baixo rendimento. A Bahia informou uma redução de 10,0% na área a ser colhida e na estimativa da produção, reflexo do clima, que nos últimos anos não tem beneficiado as lavouras. No sul da Bahia, fortes chuvas e queda na temperatura média regional continuam retardando o amadurecimento dos frutos a serem colhidos na safra temporã.
CAFÉ (em grão) - A estimativa da produção do café do país alcançou 2,9 milhões de toneladas, ou 47,8 milhões de sacas de 60kg, aumento de 1,1% em relação ao mês anterior. Apesar de redução de 0,2% na área a ser colhida, o rendimento médio cresceu 1,4%, pois à medida que avança a colheita, os produtores se deparam com um produto de maior qualidade, grãos maiores e mais pesados. A estimativa da produção do café arábica apresentou um aumento de 0,4% em relação ao mês anterior. O país deve colher uma safra de 37,4 milhões de sacas de 60kg, ou 2,2 milhões de toneladas. O rendimento médio aumentou 0,7% em relação ao mês anterior. Em Minas Gerais, maior produtor do café arábica, com uma participação de 69,7% do total nacional, a estimativa da produção aumentou 1,4%, refletindo crescimento de 1,9% no rendimento médio. A produção mineira deve alcançar 1,6 milhão de toneladas, ou 26,1 milhões de sacas de 60kg. No Espírito Santo, a estimativa da produção foi de 180,5 mil toneladas, ou 3,0 milhões de sacas de 60kg, redução de 6,2% em relação ao mês anterior.
Para o café canephora (conillon), a estimativa da produção do país foi de 622,7 mil toneladas, ou 10,4 milhões de sacas de 60kg. O Espírito Santo, maior produtor e responsável por 57,7% da produção do país, deve colher uma safra de 6,0 milhões de sacas de 60kg, ou 360 mil toneladas, aumento de 3,6% em relação ao mês anterior, reflexo, principalmente do crescimento de 3,4% do rendimento médio. Outro estado importante na produção desse tipo de café é Rondônia. A estimativa de produção alcançou 147,7 mil toneladas, aumento de 6,5% em relação ao mês anterior, reflexo da estimativa do rendimento médio que cresceu 7,4%. Os preços elevados do conillon incentivaram os produtores a investirem mais nas lavouras em 2017.
CEBOLA - A estimativa da produção de cebola do país alcança 1,7 milhão de toneladas, aumento de 1,1% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área colhida cresceram 2,0% e o rendimento médio ficou 0,8% menor. Em agosto, a área cultivada na Bahia foi reajustada para 10.120 hectares, um acréscimo de 11,0% em comparação a julho, e a produção teve um incremento de 1,0%. Por outro lado, o rendimento médio apresentou um decréscimo de 9,0%. A produção da Bahia deve alcançar 302,4 mil toneladas. Em Minas Gerais, a estimativa da área colhida e da área plantada aumentou para 3.709 hectares, aumento de 8,0% em comparação ao mês antecedente. A produção e o rendimento médio também apresentaram aumentos respectivos de 9,9% e 1,7%. A produção mineira deve alcançar 208 mil toneladas.
CEREAIS DE INVERNO (em grão) - A principal lavoura de inverno do país é o trigo e sua estimativa da produção alcança 5,4 milhões de toneladas, com redução de 4,1% em relação a julho. Os dados refletem a estimativa da produção do Paraná, responsável por 47,7% da produção nacional, com estimativa da produção em 2,6 milhões de toneladas (recuo de 8,1%). Contudo, desde o plantio, o clima vem impondo restrições ao desenvolvimento das lavouras, o que se reflete na queda de 4,4% no rendimento médio. Para a cevada, a estimativa também reflete as restrições do clima: a produção alcança 426,6 mil toneladas (redução de 3,8% em relação a julho) e o rendimento médio é de 4,0%, sob impacto da redução da estimativa da produção do Paraná (215,4 mil toneladas, com redução de 7,2%).
FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção de feijão alcançou 3,3 milhões de toneladas. Comparada a julho, a estimativa para a área plantada com feijão total caiu 0,8% e a produção diminuiu 0,2% e o rendimento médio aumentou 0,6%. Neste levantamento, os maiores produtores são Paraná, com 21,4%, Minas Gerais, com 16,4%, e Goiás, com 10,5% de participação na produção nacional. A produção da 1ª safra de feijão está estimada em 1,6 milhão de toneladas, uma redução de 1,6% frente a julho. Essa redução na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, à reavaliação das estimativas do Nordeste, onde houve uma diminuição de 24,6 mil toneladas (ou 5,5% frente a julho).
A 2ª safra de feijão foi estimada com uma redução de 0,5% frente a julho, acompanhando as quedas de 0,1% no rendimento médio e de 0,4% na área a ser colhida. A diminuição na expectativa de produção da 2ª safra de feijão deve-se, principalmente, ao Mato Grosso do Sul, onde a estimativa de produção caiu 10,2%, devido à menor produtividade das lavouras (-9,9%) em decorrência das chuvas que atingiram o estado na época da colheita.
Em relação à 3ª safra de feijão, a previsão é de aumento de 5,4% da produção em relação à estimativa passada. Goiás é o estado com maior influência nesse resultado, onde as estimativas indicam aumentos de 14,8% na área plantada, de 1,7% no rendimento médio e de 16,8% na produção. Os maiores produtores desta safra são Minas Gerais (35,6%), Goiás (33,2%) e São Paulo (15,0%).
MILHO (em grão) – As informações levantadas em agosto indicam que a produção de milho neste ano deve alcançar 98,4 milhões de toneladas, queda de 0,9% em relação à estimativa do mês anterior, influenciada principalmente pela variação negativa do rendimento médio (0,6%), estimada em 5.537 kg/ha. Ainda assim, a expectativa de safra recorde em 2017 vai se confirmando. A estimativa de área colhida também foi reduzida em 0,3%, totalizando 17,8 milhões de hectares.
Os levantamentos realizados neste mês apontam para um volume de produção 0,3% menor do milho 1ª safra, que alcançou 31,1 milhões de toneladas. A área colhida foi revisada, sendo estimada redução de 0,8%. Contudo, esta queda foi amenizada pela expectativa de aumento no rendimento médio em 0,5%, que deve totalizar 5.555 kg/ha. Em alguns estados do Nordeste, a falta de chuvas regulares durante o ciclo prejudicou a produção do milho, como no Piauí (-6,7%), Rio Grande do Norte (-7,8%) e Paraíba (-48,6%).
A 2ª safra também foi revisada, apresentando queda de 1,2% na produção em relação aos dados levantados em julho, totalizando 67,4 milhões de toneladas. Houve ajuste negativo de 0,7% na produção do Paraná, onde foi estimada uma redução de 0,5% no rendimento médio e de 0,2% na área plantada, que deve totalizar 2,4 milhões de hectares. Houve, também, redução na estimativa do rendimento médio em Goiás (7,9%), onde o milho foi afetado pelo ataque de cigarrinhas, e em Mato Grosso do Sul (0,9%), com impacto direto na produção destes estados, que representam 12,1% e 14,0% da produção de milho safrinha no país, respectivamente.
Fonte: Notícias Agrícolas