Pessoas físicas sustentam negociação na B3, e BTG Pactual eleva preço-alvo da ação
Os dados operacionais de agosto da B3 (B3SA3) mostram que os investidores estão entrando de cabeça no mercado de renda variável: a quantidade de pessoas físicas na Bolsa saltou 4,7% no mês e 120% no ano, fazendo com que o número se aproxime de 3 milhões.
Segundo o BTG Pactual, a alta parece irreversível e o banco elevou o preço-alvo dos papéis da B3 para R$ 70 até o final de 2021, potencial de valorização de 23% em relação ao último fechamento. Além disso, o BTG vê as ações negociando a 25 vezes o preço sobre o lucro. A recomendação de compra foi mantida.
Os analistas Eduardo Rosman, Thomas Peredo e Ricardo Cavalieri se encontraram com Juca Andrade, Diretor de Produtos e Clientes da B3, e com investidores locais para fazer um balanço da empresa até o momento e falar sobre as novidades da bolsa brasileira para o próximo ano.
“A reunião de uma hora não foi suficiente para aprofundar em tudo o que a equipe de produtos da B3 tem trabalhado, o que mostra que a bolsa não está apenas esperando que a concorrência faça movimentações”, observaram.
Segundo o diretor da B3, até o momento a empresa entregou produtos como o RLP (Retail Liquidity Provider), ferramenta que permite às corretoras internalizar parte do seu fluxo de varejo em minicontratos. Além disso, implementou uma nova política de preços no mercado de balcão (OTC), que compartilha mais ganhos de escala com os clientes.
Para os próximos trimestres, a B3 espera lançar uma nova tela de negociação para o empréstimo de títulos, facilitando o processo para os investidores.
A nova política de precificação de ações, anunciada no início do ano, também deverá ser implementada durante o primeiro semestre de 2021, com um esquema de descontos mais assertivo, afirmaram os analistas.
Aumento da concorrência
Em relação à audiência pública promovida pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para atualização do marco regulatório, que pode aumentar a concorrência, segundo a B3, a discussão foi muito profunda do ponto de vista conceitual.
“Pela grande variedade de respostas, consideram improvável que a CVM divulgue novas regras até o final do ano”, disseram.
No caso do pedido da SEAE (Divisão de Concorrência do Ministério da Economia) para que a CVM reconsidere a proibição de internalização de pedidos/darkpools no Brasil, a B3 acredita que os benefícios de preços mais baixos e mais competição não são claros.
Esperada por muitos investidores, a B3 está em processo de “reconhecimento” da prática de governança da NYSE (Bolsa de Nova York) e Nasdaq para permitir que BDRs não patrocinados de empresas listadas nessas bolsas sejam adquiridos por investidores brasileiros.
“Não há um prazo formal para a conclusão desse processo, mas a bolsa está trabalhando muito para concluí-lo em questão de meses”, disseram.
Hoje a B3 tem mais de 500 BDRs listados e com o número crescente de investidores pessoa física que estão integrando o mercado de ações, o segmento ganha importância para a diversificação dos investimentos.
“Sem contar que a nova regulamentação passou a permitir que empresas brasileiras listadas no exterior listem BDRs na B3, trazendo nomes como XP (XP), Stone (STNE) e PagSeguro (PAGS)”, afirmam.
Fonte: Money Times