Produtos da cana responderam por 18% da Matriz Energética em 2019
Brasil é um dos países com maior presença de bioenergia líquida na matriz de transportes.
As fontes renováveis de energia, que incluem bioenergia, eólica, hidráulica e solar, chegaram a 46,1% de participação na Matriz da Demanda Total de Energia de 2019 (ou Matriz Energética), aumentando 0,6 ponto percentual em relação ao indicador de 2018.
O indicador brasileiro representa três vezes o mundial e foi divulgado nesta segunda-feira (20), na Resenha Energética Brasileira de 2020, tendo como fonte de dados o Balanço Energético Nacional do ano base 2019 (edição 2020), concluído pela Empresa de Pesquisa Energética, com a cooperação do Ministério de Minas e Energia e as Empresas e Agentes do Setor Energético.
O levantamento aponta que a demanda total de energia chegou a 294 milhões tep, mostrando crescimento de 1,4% sobre 2018, acima da taxa do PIB (1,1%), e respondendo por 2% da energia mundial.
Assim, a oferta total de bioenergia em 2019 foi de 93,9 Mtep (1.824 mil bep/dia), montante correspondente a 31,9% da matriz energética brasileira (31,4% em 2018 e 29,3% em 2015).
Os produtos da cana (bagaço e etanol), com 52,8 Mtep, responderam por 56,3% da bioenergia e por 18% da matriz.
Na composição da oferta de produtos da cana, o etanol correspondeu a 18,2 Mtep (34,4%), e o bagaço de cana, a 34,5 Mtep (65,6%). Na matriz energética brasileira, o bagaço representou 11,7%, e o etanol, 6,2%.
Em 2019, a produção de etanol ficou em 35,2 milhões de m³ (Mm³), mostrando alta de 5,6% sobre 2018 (+19,9% em 2018, -2,1% em 2017 e -7% em 2016).
O consumo rodoviário, de 33,8 Mm³, cresceu 11,4% em 2019. No ano, o Brasil foi exportador líquido de etanol, de 496 mil m³.
A produção de biodiesel foi de 5.924 mil m³ em 2019, com alta de 10,7% sobre 2018 (+24,7% em 2018 e +12,9% em 2017), e correspondendo a 10,3% do diesel total, ou 11,5% do diesel fóssil.
Em 2019, 40 usinas produziram biodiesel. Em volume, a maior expansão da produção ocorreu no Rio Grande do Sul, de 151 mil m³, seguido do Goiás (107 mil m³) e do Mato Grosso do Sul (92).
Os três estados responderam por 61% da expansão. O Rio de Janeiro ficou com a maior taxa de expansão, de 43,3%.
A Resenha destaca ainda que o Brasil é um dos países com maior presença de bioenergia líquida na matriz de transportes.
Em 2019, a participação de etanol e biodiesel na matriz ficou em 25,1% (19,8% em 2017). Nos países da OCDE, a bioenergia participava com apenas 5% em 2019, percentual muito influenciado pelo consumo de etanol dos Estados Unidos.
Nos demais países, a participação é pouco expressiva (1,1%). Os derivados de petróleo, nestes blocos de países, ficam com participações próximas de 90%.
Na indústria, a bioenergia participa com 40% da energia total, indicador 5 vezes o mundial.
Na matriz de oferta de energia elétrica, as renováveis ficaram com 83%, mais de 3 vezes o indicador mundial, de 26%.
Fonte: Jornal da Cana